Élan Ricardo no Athletico: Por Que o Volante Sumiu do Mapa, Até no Sub-20?

A chegada de um novo talento ao elenco do Athletico Paranaense sempre gera expectativas, especialmente quando o atleta vem para suprir uma carência identificada. Contudo, o caso do volante Élan Ricardo, contratado em agosto, tem se revelado um verdadeiro enigma no CT do Caju. Vindo como uma aposta para o meio-campo, o jogador colombiano acumula uma minutagem ínfima com a camisa rubro-negra ? cerca de 50 minutos em campo ? e, de forma surpreendente, encontra-se preterido até mesmo na equipe sub-20.

A situação de Élan Ricardo levanta questionamentos sobre os critérios de contratação e o processo de integração de novos atletas. De um reforço que se esperava ser solução, o jogador se tornou um problema de difícil decifração, com sua ausência nos gramados se estendendo a todas as categorias que poderia integrar.

A Contratação de Última Hora e as Expectativas

O desembarque de Élan Ricardo no Furacão ocorreu durante a segunda janela de transferências, por meio de um empréstimo junto ao Besiktas, da Turquia. Sua aquisição, conforme apurado, teve um caráter emergencial. O clube havia enfrentado uma série de negativas de outros alvos no mercado, como Lucas Sasha, que acabou no Fortaleza, e Jadson, do Juventude, o que direcionou a busca por alternativas de última hora.

Élan Ricardo, então, representava a esperança de preencher uma lacuna no setor de meio-campo. A expectativa era que ele pudesse rapidamente se adaptar e contribuir, dada a necessidade de reforços e o investimento realizado na sua vinda. No entanto, o cenário que se desenhou foi bastante distinto do planejado.

Foto: ( Yan Guimarães/athletico.com.br)

A Escassa Presença em Campo: Uma Cronologia

A trajetória de Élan Ricardo com a equipe principal do Athletico é marcada por breves aparições. Sua estreia ocorreu nos minutos finais do embate contra o Corinthians, em 27 de agosto, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil, na Arena da Baixada, onde permaneceu em campo por aproximadamente seis minutos.

Na partida de volta, realizada duas semanas depois na Neo Química Arena, o meio-campista de 21 anos teve uma oportunidade como titular. Na ocasião, o técnico Odair Hellmann optou por poupar diversos jogadores. Contudo, o desempenho de Élan não convenceu, resultando em sua substituição já no intervalo.

Após esses dois compromissos pela Copa do Brasil, o volante foi relacionado para apenas mais duas partidas na Série B do Campeonato Brasileiro, contra Vila Nova e Chapecoense, nas rodadas 26 e 27, respectivamente. Em ambas as ocasiões, ele sequer deixou o banco de reservas, consolidando sua condição de reserva não utilizado.

O Inesperado Caminho para o Sub-20 e o Afastamento

Diante da falta de espaço na equipe principal, Élan Ricardo foi direcionado ao elenco sub-20 para a disputa da Taça FPF. Lá, sob o comando do treinador português João Correia, ele chegou a ser titular em dois confrontos. Contudo, o que parecia ser um caminho para readquirir ritmo de jogo e confiança também se mostrou temporário.

De forma surpreendente, o colombiano foi excluído da lista de relacionados tanto para a última rodada da primeira fase da Taça FPF quanto para o clássico decisivo contra o Coritiba, válido pela ida das quartas de final. Essa exclusão do time júnior intensifica o mistério em torno de sua real condição e seu futuro no clube.

Os Desafios por Trás da Ausência Prolongada

A ausência de Élan Ricardo nos gramados, conforme apurações, está diretamente ligada a um processo complexo de adaptação. A transição para o futebol brasileiro, com suas particularidades táticas e intensidade, somada à necessidade de assimilar o estilo de jogo do Athletico, tem se mostrado um obstáculo considerável para o volante.

Além dos desafios de adaptação, um fator crucial para sua dificuldade em engrenar é a falta de ritmo de jogo prévia. Antes de sua chegada ao Rubro-Negro, o atleta não atuava em uma partida oficial há mais de seis meses. Seu último jogo havia sido no início de fevereiro, ainda pelo La Equidad, da Colômbia. No Besiktas, seu clube de origem, Élan Ricardo não conseguiu espaço e sequer entrou em campo pela equipe turca, o que evidentemente comprometeu sua condição física e técnica ao se apresentar no Brasil.

Perspectivas e o Contrato Vigente

Apesar do cenário atual, Élan Ricardo continua treinando normalmente com seus companheiros no CT do Caju, mantendo-se como uma opção no elenco . Seu contrato com o Athletico Paranaense tem duração até junho de 2026, o que sugere que o clube ainda aposta em seu potencial a longo prazo, ou pelo menos mantém uma expectativa de sua recuperação. Contudo, a situação exige uma avaliação crítica e um plano de desenvolvimento claro para que o jogador possa, finalmente, justificar o investimento e as expectativas depositadas em sua contratação.