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Athletico e a Arbitragem: Lances Semelhantes que Geram Indignação e Debate no Brasil

Por Redação FutCAP em 28/10/2025 17:43

A Perene Controvérsia da Arbitragem no Futebol Brasileiro

O cenário do futebol nacional, mais uma vez, se vê envolto em um acalorado debate acerca das decisões arbitrais. A pauta da vez é a evidente falta de padronização nas interpretações de lances de jogo que, pela sua natureza e intensidade, guardam notável semelhança. Os episódios recentes, ocorridos nas disputas da Série A e Série B do Campeonato Brasileiro, lançam luz sobre uma inconsistência que desafia a lógica e a equidade esportiva, provocando questionamentos profundos sobre a atuação dos homens do apito e do sistema de Árbitro de Vídeo (VAR).

O cerne da discussão reside na não exclusão direta de atletas envolvidos em choques vigorosos. Três situações, em particular, ilustram o problema: a jogada de Breno Bidon, do Corinthians, contra o Vitória; o lance envolvendo Gustavo Gómez, do Palmeiras, em partida contra o Cruzeiro; e a dividida de Alan Kardec, do Athletico Paranaense, no embate com o Amazonas. Embora os desfechos tenham sido diversos, o ponto de partida em campo foi o mesmo nos três casos: a aplicação inicial do cartão amarelo.

A seguir, uma tabela comparativa dos incidentes que reacenderam a discussão sobre a uniformidade na aplicação das regras:

Jogador (Clube) Oponente Competição Minuto Decisão em Campo Recomendação VAR Decisão Final Observação
Alan Kardec (Athletico) Kevin Ramírez (Amazonas) Série B 27' 1ºT Amarelo Revisão para Vermelho Amarelo Árbitro manteve decisão, citando tentativa de recolhimento da perna.
Gustavo Gómez (Palmeiras) Wanderson (Cruzeiro) Série A 11' 1ºT Amarelo (após VAR) Revisão para Vermelho Amarelo Árbitro discordou do VAR; jogador do Cruzeiro lesionado.
Breno Bidon (Corinthians) Lucas Halter (Vitória) Série A 33' 2ºT Amarelo (2º) Nenhuma Vermelho (por 2º amarelo) Lance base para comparação, sem chamado do VAR para vermelho direto.

Casos Emblemáticos: De Alan Kardec a Gustavo Gómez

O Athletico Paranaense viu seu centroavante, Alan Kardec , ser protagonista de um desses lances controversos. Aos 27 minutos da etapa inicial do confronto contra o Amazonas pela Série B, Kardec disputou a bola com Kevin Ramírez. O atacante do Furacão, embora tenha tocado na bola inicialmente, atingiu o joelho do adversário com a trava da chuteira. Em um primeiro momento, o árbitro Bruno Pereira Vasconcelos optou por aplicar apenas o cartão amarelo.

A intervenção do VAR, conduzida por Rodrigo Nunes de Sá, foi imediata e incisiva, recomendando a revisão para uma possível expulsão. O diálogo entre a cabine e o campo revelou a percepção de uma jogada de alto risco. O árbitro de vídeo comunicou:

Bruno, te recomendo revisão para possível cartão vermelho. Eu vou ter uma trava, depois que ele (Alan Kardec) chuta a bola, ele levanta a perna e atinge com a trava a articulação do joelho do jogador.

Contudo, após analisar as imagens no monitor, o árbitro de campo manteve sua decisão original, interpretando que Alan Kardec tentou recolher a perna e que o contato foi resultado da velocidade da jogada de ambos os atletas. A decisão final, portanto, foi o cartão amarelo, gerando perplexidade para muitos que acompanhavam a partida.

Na Série A, o zagueiro Gustavo Gómez, do Palmeiras, esteve envolvido em um lance que gerou ainda mais repercussão. Aos 11 minutos do primeiro tempo contra o Cruzeiro, Gómez disputou a bola com Wanderson. Embora tenha atingido a bola primeiro, o movimento subsequente resultou em uma solada na canela do atacante cruzeirense. O árbitro Rafael Rodrigo Klein inicialmente não assinalou sequer a falta, mas foi prontamente alertado pelo VAR.

Quando a Recomendação é Ignorada: A Divergência entre Campo e VAR

O árbitro de vídeo, Daniel Nobre Bins, sugeriu a revisão para um possível cartão vermelho, argumentando que Gustavo Gómez não recolheu a perna após tocar na bola, mantendo o movimento com alta intensidade. A comunicação do VAR foi clara:

Ele mantém a perna. Ele toca a bola e poderia evitar o contato. Ele mantém a perna estendida. A intensidade é alta. Eu recomendo revisão para possível cartão vermelho. No nosso entendimento, o Gustavo Gomez tira a bola, ele não recolhe a perna e continua no movimento. Ele atinge a canela do jogador adversário com intensidade alta.

Apesar da recomendação explícita, Rafael Klein discordou, optando por manter o cartão amarelo. Sua justificativa foi que o jogador chutou a bola e não teve tempo hábil para retirar o pé. A decisão final, portanto, foi de cartão amarelo e tiro livre indireto, contrariando a sugestão do VAR e levantando uma onda de protestos por parte do Cruzeiro, que viu seu atleta lesionado no lance.

Ainda na Série A, o volante Breno Bidon, do Corinthians, protagonizou um lance semelhante contra Lucas Halter, do Vitória. Aos 33 minutos do segundo tempo, em uma dividida, Wilton Pereira Sampaio exibiu o cartão amarelo. Como Bidon já havia sido advertido anteriormente, a consequência foi a expulsão por acúmulo de cartões. Curiosamente, neste caso, o VAR não interveio para sugerir uma revisão para cartão vermelho direto, apesar da semelhança com os outros incidentes analisados.

Consequências e o Cenário Pós-Decisão: Impactos e o Futuro da Coerência

A disparidade nas interpretações e a recusa dos árbitros de campo em seguir as recomendações do VAR em lances tão similares geram um ambiente de incerteza e frustração. Paulo Cesar de Oliveira, comentarista de arbitragem do sportv, foi categórico ao analisar o lance de Gustavo Gómez:

Pela regra, deveria ter sido uma expulsão.

Essa avaliação corrobora a percepção de muitos de que houve um erro na aplicação da regra. As consequências não se limitam ao campo: o técnico do Cruzeiro, Leonardo Jardim, expressou profunda frustração e chegou a questionar sua permanência no futebol brasileiro, enquanto o atacante Wanderson foi confirmado com lesão, ficando fora do restante da temporada. A ausência de uma lesão grave nos demais casos não diminui a gravidade potencial do movimento.

A sequência de eventos destaca um problema estrutural na arbitragem brasileira: a dificuldade em estabelecer um padrão claro e consistente para a avaliação de lances de intensidade. A tecnologia do VAR, concebida para auxiliar na correção de erros claros e óbvios, parece, em alguns momentos, acentuar as divergências interpretativas, especialmente quando as recomendações são ignoradas. Para o Athletico Paranaense e para o futebol como um todo, a busca por maior clareza e uniformidade nas decisões arbitrais permanece como um desafio urgente para a integridade e credibilidade do esporte.

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Comentado em 28/10/2025 22:32 Polêmica boa pra ATH seguimos confiantes
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Comentado em 28/10/2025 20:54 Aff lances iguais merecem atenção do VAR
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Comentado em 28/10/2025 19:23 Vamo Athletico, ja tão de olho no VAR, justiça pra gente nas jogadas
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