Athletico-PR: Risco de Rebaixamento na Série B - Projeções e Cenários

O Athletico Paranaense se encontra em uma situação que exige máxima atenção na Série B do Campeonato Brasileiro. Enquanto seu rival, o Coritiba, celebra um percentual expressivo de ascensão à elite, o Furacão lida com a incômoda possibilidade de rebaixamento, um cenário que mobiliza a análise crítica de seus torcedores e da imprensa especializada.

Apesar de uma distância de cinco pontos para a zona de descenso, o clube rubro-negro ostenta um percentual de 13,26% de risco de queda para a Série C. Tal dado, longe de ser alarmante para alguns, posiciona o Athletico como o oitavo time com maior probabilidade de descer de divisão. Este panorama contrasta drasticamente com a euforia que se instala na outra ponta da tabela, onde o Coritiba já ultrapassa os 90% de chance de acesso.

O Cenário Delicado do Furacão

A vitória do Coritiba sobre o Novorizontino por 2 a 1, em São Paulo, e o revés do Goiás no clássico contra o Vila Nova, consolidaram a equipe coxa-branca como a principal candidata ao acesso, atingindo 90,16% de chances de figurar entre os quatro primeiros colocados. Em contrapartida, a posição do Athletico-PR, embora não esteja no epicentro do perigo iminente, demanda uma vigilância constante. A proximidade da zona de rebaixamento, mesmo que por alguns pontos, gera uma tensão inerente à campanha.

O cálculo dessas probabilidades é fruto de um trabalho minucioso, realizado em parceria com o economista Bruno Imaizumi. A metodologia envolve a simulação de 10 mil resultados para cada partida restante, gerando os percentuais que balizam as projeções. É um retrato estatístico frio e direto do que o futuro pode reservar para cada agremiação na competição.

Foto: (Divulgação)

A Corrida Pelo Acesso na Série B

No topo da tabela de probabilidades de acesso, o Coritiba lidera com folga. O Goiás, mesmo após a derrota para o Vila Nova e a perda da liderança, mantém-se como o segundo com mais chances, alcançando 82,52%. A Chapecoense, em terceiro na classificação geral, figura logo abaixo, com 62,36%, fechando o trio de equipes com mais de 50% de probabilidade de subir para a Série A. A Chape, aliás, registrou o maior salto na rodada, um acréscimo de 13,51 pontos percentuais, impulsionado pela vitória de 2 a 0 sobre o Paysandu.

Completando o G-4 tanto na classificação quanto nas projeções de acesso, está o Novorizontino. Apesar da derrota em casa para o Coritiba, que resultou em uma queda de 16,65 pontos percentuais em suas chances, o time ainda se mantém na quarta posição, com 32,21% de probabilidade de acesso. A tabela a seguir detalha as chances de cada equipe na disputa pelo acesso após a 22ª rodada:

Os Números da Degola

Enquanto o Coritiba desfruta de uma posição confortável, o Athletico-PR se encontra em um patamar de preocupação, embora não seja o mais crítico. A situação mais delicada é a do Botafogo-SP, que, apesar de não ser o lanterna da Série B (está um ponto à frente do Amazonas), apresenta o pior saldo de gols, o segundo pior ataque e a segunda pior defesa da competição. Esses fatores combinados resultam em um expressivo risco de 82,98% de queda, mesmo após o empate por 1 a 1 com o Remo. Houve uma leve redução de 1,07 ponto percentual no risco da equipe paulista.

O Paysandu, por sua vez, registrou o maior aumento na probabilidade de rebaixamento para a Série C. Após a derrota para a Chapecoense, o Papão permanece na penúltima colocação, com um incremento de 7,55 pontos percentuais, totalizando 66,42% de risco. Completam a zona de rebaixamento nas projeções o América-MG, com 61,79%, e o Volta Redonda, com 54,64%. O Amazonas, atual lanterna da competição, possui a quinta maior probabilidade de queda, com 54,49%.

A seguir, a tabela completa de risco de queda para a Série C após a 22ª rodada:

A Projeção de Pontos para o Sucesso

As projeções para a atual edição da Série B indicam que a pontuação mínima para assegurar o acesso à Série A é de 68 pontos. É crucial ressaltar que este número pode flutuar significativamente entre as edições do campeonato. Como exemplo, em 2007, o Vitória garantiu sua ascensão com apenas 59 pontos, terminando na quarta posição. Em contraste, na temporada de 2012, o São Caetano acumulou 71 pontos e, mesmo assim, ficou de fora do G-4, na 5ª colocação.

A tabela abaixo ilustra a probabilidade de acesso à Série A em relação à pontuação atingida:

Entendendo a Metodologia

A precisão dessas projeções é assegurada por uma metodologia estatística robusta. Em colaboração com o economista Bruno Imaizumi, as chances de cada equipe vencer suas partidas restantes são calculadas através de 10 mil simulações para cada confronto a ser disputado. Isso gera os percentuais apresentados nas tabelas. As projeções de chances de título e rebaixamento são dinâmicas, sendo recalculadas a cada rodada, com base nos resultados mais recentes e no desempenho atualizado de cada time.

O algoritmo empregado realiza milhares de simulações virtuais do restante do campeonato, explorando todos os cenários possíveis a partir da nova realidade da tabela. Dessa forma, as probabilidades divulgadas para cada equipe são um reflexo tanto do que já ocorreu quanto do que ainda pode acontecer, sempre adaptadas às novas conjunturas. As probabilidades estatísticas são fundamentadas em parâmetros de ataque e defesa das equipes, considerando seu desempenho em casa e fora. O modelo utilizado nas análises segue uma distribuição estatística conhecida como Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) ocorrerem em um determinado intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time finalizar o campeonato em cada posição, empregou-se o método de Monte Carlo, que se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, são realizadas dez mil simulações.