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Julimar Marca Após Lesão e Revela Drama Familiar: A Força do Atacante do Athletico na Série B
Por Redação FutCAP em 25/09/2025 16:53
O Símbolo de um Retorno Triunfal
A recente vitória do Athletico Paranaense por 3 a 0 sobre o Athletic-MG, pela 28ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, teve um momento de especial significância, transcendendo o placar. O segundo gol da noite, convertido de pênalti, marcou o retorno de Julimar às redes do Furacão após quase um ano. Este feito não se resume a um mero acerto de meta; ele se ergue como um emblema de resiliência e uma narrativa profundamente pessoal, revelada pelo próprio atleta após o confronto.
Para o camisa 20 do Athletico, o gol representa o ápice de uma longa e árdua jornada. Nove meses de afastamento dos gramados em decorrência de uma grave lesão no joelho direito, sofrida em novembro de 2024 ? coincidentemente, o mesmo mês de seu último gol antes do hiato. A reabilitação exige mais do que preparo físico; ela testa a fortaleza mental de um jogador, e Julimar demonstrou ter essa capacidade.
Ao término da partida, o atacante expressou a magnitude de sua luta e o alívio de estar novamente em campo, contribuindo para o time. "Foram longos nove meses de muito esforço e muita luta. Estou muito feliz de ter voltado bem e por estar ajudando com gols ou assistências", declarou o jogador em entrevista à jornalista Monique Vilela, da rádio Transamérica Curitiba.
A Dedicatória Emocional: Uma Batalha Fora de Campo
O impacto do retorno de Julimar foi amplificado pela revelação de um drama familiar recente, que adicionou camadas de emoção à sua conquista. O jogador, que entrou em campo aos 18 minutos do segundo tempo e sofreu o pênalti aos 25, fez questão de dedicar o gol à sua esposa, Eduarda, que enfrentou um susto médico nos dias que antecederam a partida.
A força que Julimar buscou para superar sua própria lesão se conectou diretamente com a batalha de sua parceira. "Quero dedicar esse gol à minha esposa, que esteve comigo nesses nove meses, me ajudando a manter o foco. Nessa última quarta-feira a gente teve um susto com ela. Teve que ir para o hospital e operar urgentemente o intestino. Graças a Deus ocorreu tudo bem e ela está em casa. Quero oferecer esse gol para ela, porque é uma pessoa importantíssima na minha vida", completou o atacante, evidenciando a interligação entre sua recuperação profissional e o apoio pessoal.
Cautela e Estratégia no Reingresso de um Talento
A trajetória de Julimar no Athletico antes da lesão era de destaque, com nove tentos marcados na temporada anterior. Em 2025, ele já soma seis jogos disputados, dois como titular, e uma assistência na vitória por 3 a 1 sobre o Botafogo-SP, pela 25ª rodada, sinalizando um retorno gradual e promissor. Contudo, a reintegração do atleta exige um planejamento meticuloso, conforme detalhado pelo técnico Odair Hellmann.
Em sua coletiva pós-jogo, Odair enfatizou a necessidade de moderação com o atacante de 24 anos, dado o histórico de duas lesões de ligamento cruzado anterior (LCA) na carreira ? a primeira em 2022. "O Julimar a gente tem que ter um pouco de calma. É um caso específico, são duas lesões. Ele é um jogador muito forte, carrega muito peso. Ele precisa ter uma capacidade muscular muito grande para sustentar esses movimentos de velocidade e de explosão. Trabalhou muito nessa transição, você imagina a cabeça dele, porque é um jovem. Estava despontando como um dos grandes jovens do futebol brasileiro e acontece tudo isso. E ele retomou", analisou o treinador, sublinhando os desafios psicológicos e físicos enfrentados pelo jogador.
A Visão Científica e a Experiência do Comandante
O planejamento para Julimar , segundo Odair Hellmann, vai além do empírico, ancorando-se em dados científicos e experiência prévia. O objetivo primordial é garantir a presença do atacante até o desfecho da competição, mitigando os riscos de novas contusões musculares que podem surgir após lesões ligamentares complexas, especialmente em atletas com características de força e explosão.
"Estamos tentando controlar justamente esse momento de retomada, porque nós queremos o Julimar até o final da competição. Com uma lesão, pode, a qualquer momento, ter um problema muscular. Com duas, mais ainda. Pela característica dele, mais ainda. Em alguns momentos inicia, em outros entra. E não é por achismo, é científico, por experiência", explicou o técnico, demonstrando a profundidade da estratégia adotada pela comissão.
Para ilustrar a importância dessa cautela, Odair rememorou um episódio da Copa do Brasil de 2019, quando, à frente do Internacional, precisou gerenciar a condição física do então meia D'Alessandro antes da final contra o próprio Athletico. "A final da Copa do Brasil, que até hoje o Athletico comemora, nós poupamos o D'Alessandro faltando três dias para o jogo. O D'Alessandro não fez nada, fez forno, fez alongamento, foi para o campo para dar uma caminhada e sentiu a posterior. Faz parte esse controle, conversa com o jogador, estudo do adversário, tudo para tomar a melhor decisão", concluiu Hellmann, reforçando que a gestão de atletas de alta performance é um equilíbrio complexo entre necessidade de campo e preservação física a longo prazo.
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