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Rotatividade de Técnicos no Athletico: Impacto e Análise Detalhada
Por Redação FutCAP em 14/05/2025 15:11
A gestão de Mário Celso Petraglia no Athletico Paranaense, iniciada em 1995, é marcada por uma característica peculiar: uma notável rotatividade de técnicos. Um levantamento recente da Um Dois Esportes revela que, em 31 anos, o clube teve uma impressionante média de 3,26 treinadores por temporada. Essa instabilidade no comando técnico levanta questões sobre a filosofia de gestão do clube e seus impactos no desempenho esportivo.
Alta Rotatividade de Técnicos: Estratégia ou Reflexo de Problemas?
Para compreendermos melhor esse fenômeno, é crucial analisarmos os dados. Em 2024, por exemplo, o Athletico já experimentou a troca de Mauricio Barbieri pelo interino João Correia, sinalizando a busca por um novo comandante ? o terceiro da temporada. Essa busca incessante por um novo nome demonstra uma possível insatisfação com os resultados apresentados ou uma dificuldade em encontrar um perfil que se encaixe na cultura do clube.
O ano de 2011 é um exemplo extremo dessa instabilidade, com seis treinadores diferentes passando pelo comando técnico: Sérgio Soares, Leandro Niehues (interino), Geninho, Adílson Batista, Renato Gaúcho e Adílson Lopes. Coincidentemente, essa temporada culminou com o rebaixamento da equipe para a Série B, o que sugere uma possível correlação entre a alta rotatividade de técnicos e o desempenho em campo.
Apesar dessa instabilidade, é importante notar que alguns técnicos foram mantidos de uma temporada para outra, como Geninho e Vadão, que tiveram duas oportunidades cada. No entanto, nenhum deles conseguiu completar uma temporada inteira no comando da equipe. Essa falta de continuidade pode ser prejudicial para a construção de um projeto a longo prazo e para o desenvolvimento de uma identidade de jogo consistente.

A Exceção que Confirma a Regra: Tiago Nunes e a Conquista da Copa Sul-Americana
Um caso notável que desafia essa tendência é o de Tiago Nunes. Ele assumiu o time interinamente em 2018, conquistou a Copa Sul-Americana e foi efetivado em 2019, levando o Athletico à conquista da Copa do Brasil. Essa trajetória demonstra que, em meio à instabilidade, é possível encontrar um técnico que se adapte ao clube e obtenha sucesso, desde que lhe seja dada a oportunidade e o tempo necessário.
Lista de Técnicos do Athletico por Temporada (1995-2025)
Para ilustrar a frequência das mudanças no comando técnico, apresentamos a lista completa de treinadores que passaram pelo Athletico desde 1995:
Temporada | Técnicos |
---|---|
1995 | Sérgio Cosme, Zequinha e Pepe |
1996 | Emerson Leão, Cabralzinho, Gainete e Evaristo de Macedo |
1997 | Jair Pereira e Abel Braga |
1998 | Abel Braga e João Carlos Costa |
1999 | Antônio Clemente e Vadão |
2000 | Vadão, Arthur Neto e Antônio Lopes |
2001 | Carpegiani, Flávio Lopes, Mário Sérgio e Geninho |
2002 | Geninho , Riva Carli (interino), Valdir Espinosa, Gilson Nunes e Abel Braga |
2003 | Heriberto da Cunha, Vadão e Mário Sérgio |
2004 | Mário Sergio, Julio Toledo Piza (interino) e Levir Culpi |
2005 | Casemiro Mior, Edinho Borba Filho (interino), Antônio Lopes e Evaristo de Macedo |
2006 | Lothar Matthhäus, Givanildo Oliveira e Vadão |
2007 | Vadão, Antônio Lopes e Ney Franco |
2008 | Ney Franco, Roberto Fernandes, Tico dos Santos (interino), Mário Sérgio e Geninho |
2009 | Geninho, Waldemar Lemos e Antônio Lopes |
2010 | Antônio Lopes, Leandro Niehues, Carpegiani e Sérgio Soares |
2011 | Sérgio Soares, Leandro Niehues (interino), Geninho, Adílson Batista, Renato Gaúcho e Adílson Lopes |
2012 | Juan Ramón Carrasco, Jorginho e Ricardo Drubscky |
2013 | Ricardo Drubscky e Vágner Mancini |
2014 | Miguel Ánge Portugal, Leandro Ávila (interino), Doriva e Claudinei Oliveira |
2015 | Claudinei Oliveira, Enderson Moreira, Milton Mendes, Sérgio Vieira (interino) e Cristovão Borges |
2016 | Cristovão Borges e Paulo Autuori |
2017 | Paulo Autuori, Eduardo Baptista e Fabiano Soares |
2018 | Fernando Diniz e Tiago Nunes |
2019 | Tiago Nunes e Eduardo Barros (interino) |
2020 | Dorival Júnior, Eduardo Barros (interino) e Paulo Autuori |
2021 | Paulo Autuori, Antônio Oliveira e Alberto Valentim |
2022 | Alberto Valentim, Fábio Carille e Felipão |
2023 | Paulo Turra e Wesley Carvalho |
2024 | Juan Carlos Osorio, Cuca, Juca Antonello (interino), Martín Varini e Lucho González |
2025 | Mauricio Barbieri e João Correira (interino) |
Técnicos Mantidos e Recordistas: Uma Análise Detalhada
Apenas dez técnicos foram mantidos de uma temporada para a outra, sendo Geninho e Vadão em duas oportunidades diferentes cada um. No entanto, nenhum deles completou uma temporada no comando da equipe. Veja a lista a seguir:
- Abel Braga (97-98)
- Vadão (99-2000)
- Geninho (01-02)
- Vadão (06-07)
- Ney Franco (07-08)
- Geninho (08-09)
- Antônio Lopes (09-10)
- Sérgio Soares (10-11)
- Claudinei Oliveira (14-15)
- Cristóvão Borges (15-16)
- Tiago Nunes (18-19)
- Paulo Autuori (20-21)
Os treinadores com mais participações de temporadas no Athletico desde 1995 são:
- Antônio Lopes (5)
- Vadão (5)
- Geninho (5)
- Mário Sérgio (4)
- Paulo Autuori (4)
- Abel Braga (3)
Conclusão: A Busca por Estabilidade e Resultados Sustentáveis
A alta rotatividade de técnicos no Athletico Paranaense sob a gestão de Mário Celso Petraglia é um tema complexo que merece uma análise aprofundada. Se, por um lado, essa prática pode indicar uma busca constante por inovação e resultados imediatos, por outro, ela pode comprometer a construção de um projeto a longo prazo e a consolidação de uma identidade de jogo. A história do clube mostra que, em meio à instabilidade, é possível encontrar técnicos que se adaptem e conquistem títulos, mas a busca por estabilidade e continuidade no comando técnico parece ser um desafio constante para o Athletico.
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