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Anacleto Campanella Hoje: Onde Está o Estádio do Título Athletico 2001?

Por Redação FutCAP em 23/12/2025 11:56

Há quase um quarto de século, o Estádio Anacleto Campanella testemunhava um dos momentos mais grandiosos de sua existência: a decisão do Campeonato Brasileiro de 2001. Naquela tarde de 23 de dezembro, o Athletico Paranaense superou o São Caetano por 1 a 0, garantindo o título mais significativo de sua trajetória.

Contudo, o presente de um dos campos mais simbólicos do estado de São Paulo contrasta drasticamente com seu passado glorioso. Uma recente visita ao estádio, situado no ABC paulista, revela um local imerso no esquecimento, distante da magnitude dos confrontos que um dia abrigou.

Inaugurado em janeiro de 1955, o Anacleto Campanella serve como lar do São Caetano, equipe que surpreendeu o futebol nacional no início dos anos 2000, alcançando a vice-liderança do Brasileirão em 2000 e 2001, e da Copa Libertadores em 2002. Apesar do sucesso do clube, apenas a final contra o Athletico foi disputada em seus domínios. As decisões de 2000 (contra o Vasco, no Parque Antártica) e 2002 (diante do Olímpia, no Pacaembu) ocorreram em outros palcos, assim como a celebração do título paulista de 2004.

O Legado Glorioso e o Declínio de um Palco Histórico

O progressivo afastamento do Anacleto Campanella dos holofotes está intrinsecamente ligado à decadência do São Caetano. A última participação do Azulão na Série A do Campeonato Brasileiro remonta a 2006. Já no Paulistão, a última vez que o estádio sediou um embate contra um time da elite nacional foi em 2021, em confronto com o Corinthians.

Em 2025, o São Caetano disputará a Série A4 ? a quarta e penúltima divisão ? do Campeonato Paulista, além da Copa Paulista. O Anacleto Campanella recebeu 15 partidas na temporada, sendo a derradeira em agosto, marcando a eliminação do time azulino no torneio mata-mata diante do Grêmio Prudente.

A final de 2001 registrou um público aproximado de 20 mil torcedores. As arquibancadas estavam repletas de aficionados do São Caetano e do Athletico, que protagonizaram uma festa memorável em um domingo ensolarado. Cenas como essas, infelizmente, não se repetiram.

Marcas do Tempo: Transformações e Desafios Estruturais

Com sete décadas de existência, o Anacleto Campanella, propriedade da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, passou por diversas modificações. Em 2012, uma porção da arquibancada, conhecida como setor amarelo, foi demolida. Dois anos depois, o edifício de quatro pavimentos que abrigava camarotes e cabines de imprensa também foi desativado.

A capacidade do estádio foi, consequentemente, reduzida, acomodando hoje cerca de 16.500 espectadores. Atualmente, uma parte da arquibancada, localizada atrás de uma das metas, encontra-se interditada devido à ausência de guarda-corpos.

No início deste ano, a Prefeitura realizou uma revitalização na pintura do estádio, em parceria com uma marca de tintas patrocinadora do São Caetano. Apesar disso, a diretoria do clube ainda aponta a existência de problemas estruturais no local.

Memórias Preservadas: O Efeito Duradouro de 2001

O estádio guarda consigo recordações vívidas da decisão de 24 anos atrás. Recortes de jornais da época permanecem expostos em um mural, com reportagens sobre o primeiro jogo da final, vencido pelo Athletico por 4 a 2 na Arena da Baixada, além de matérias que antecederam e sucederam o grande confronto.

Reportagens com figuras centrais daquela decisão, como Jair Picerni, então técnico do São Caetano, e Nem, capitão do Furacão, ilustram o painel com manchetes variadas, como "São Caetano sente a pressão e fica com o vice pela 2ª vez" e "Azulão amarela pela segunda vez", entre outras que ecoam a emoção daquele período.

A visita ao Anacleto Campanella em setembro contou com a presença de Fabiano, lateral-esquerdo do Athletico em 2001, que retornou ao palco do título brasileiro para uma entrevista exclusiva.

A Voz do Campeão e o Olhar para o Futuro do Estádio

Fabiano teve participação crucial no gol decisivo. Seu chute cruzado da entrada da área foi espalmado pelo goleiro Sílvio Luiz, e Alex Mineiro aproveitou o rebote para marcar. O ex-jogador recorda com apreço as lembranças de um local tão significativo em sua carreira.

"Esse lugar foi mágico para todos nós. Lembro que o São Caetano também tinha um time muito forte. E aqui foi uma das maiores alegrias que tive na vida. Foi onde a gente apareceu para o mundo, onde tive a participação direta no gol e onde ficou marcado na história esse chute e essa campanha impecável do Athletico."

Para 2026, o São Caetano voltará a disputar a Série A4 do Campeonato Paulista e a Copa Paulista, mantendo o Anacleto Campanella como sua arena. A Prefeitura de São Caetano do Sul prometeu ao clube dedicar maior atenção ao estádio, reconhecendo-o como um patrimônio público. A expectativa é que o local possa, um dia, reassumir seu papel na hospedagem de partidas de projeção nacional.

Ficha Técnica da Final do Brasileirão de 2001

Confronto São Caetano 0 x 1 Athletico
São Caetano Silvio Luiz, Mancini, Daniel, Dininho e Marcos Paulo (Müller); Serginho (Bechara), Simão, Adãozinho e Esquerdinha (Marlon); Anailson e Magrão. Técnico: Jair Picerni
Athletico Flavio, Gustavo, Nem e Rogerio Corrêa (Igor); Alessandro, Cocito (Pires), Kléberson, Adriano e Fabiano; Kléber (Souza) e Alex Mineiro. Técnico: Geninho
Local Anacleto Campanella (São Caetano do Sul-SP)
Árbitro Carlos Eugenio Simon (FIFA-RS)
Gol Alex Mineiro, 21 do 2º tempo

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