Athletico Paranaense na Copa do Brasil: A Vitória Épica sobre o São Paulo e o Novo Fôlego

O recente embate pela Copa do Brasil, que culminou na vitória do Athletico Paranaense por 1 (3) a (0) sobre o São Paulo, transcendeu a mera disputa esportiva. Na Ligga Arena, o Furacão, inicialmente percebido como o lado menos favorito, subverteu as expectativas, assegurando sua passagem às quartas de final após um confronto decidido tanto no tempo regulamentar quanto na dramática série de penalidades.

Uma "epopeia" é, por definição, uma narrativa de grandes feitos, protagonizada por figuras notáveis em contextos de proporções míticas. O que se desenrolou em campo na última quarta-feira se alinha perfeitamente a essa conceituação. O enredo, repleto de elementos dramáticos, começou a ser tecido logo nos primeiros instantes.

Apenas três minutos transcorreram quando o goleiro Rafael, do São Paulo, foi expulso por uma infração sobre Viveros. Essa exclusão precoce forçou o time paulista a jogar com um atleta a menos por quase toda a partida, um cenário que, em tese, deveria ter simplificado a tarefa do Athletico. Contudo, a trama se tornou mais complexa.

A Construção de um Enredo Inesperado

Mesmo com a vantagem numérica evidente, a equipe paranaense enfrentou uma considerável resistência. A defesa adversária, bem postada, e as interrupções frequentes, seja por revisões extensas do VAR, seja pelo tempo deliberadamente ganho por jogadores do São Paulo em atendimentos médicos, fragmentaram o ritmo do jogo. O primeiro tempo, notavelmente, estendeu-se por dez minutos de acréscimos, evidenciando a natureza picotada do confronto.

A supremacia do Furacão consolidou-se na etapa complementar. Foi nesse período que surgiu o primeiro nome a se destacar na galeria de heróis da noite. Esquivel, em um arremate de longa distância que desviou em Renan Peixoto, inaugurou o marcador aos 23 minutos, acendendo a esperança rubro-negra.

Apesar da pressão intensa exercida pelo Athletico, que chegou a ter cinco atacantes em campo por determinação do auxiliar técnico Fábio Moreno ? substituindo Odair Hellmann, que cumpria suspensão ?, o triunfo no tempo normal escapou por pouco. O destino, contudo, reservava um desfecho ainda mais emblemático: a decisão por pênaltis.

Foto: (Divulgação)

O Protagonismo Sob a Trave e as Perspectivas Futuras

Tendo perdido o jogo de ida no Morumbis por 2 a 1, o Athletico se viu diante da iminente disputa de penalidades. E foi nesse momento de máxima tensão que o grande protagonista se revelou: o goleiro Santos. Seu desempenho foi singular; ele defendeu todas as três cobranças efetuadas pelo São Paulo, garantindo de forma espetacular a classificação do seu time. Giuliano, Esquivel e Mendoza, por sua vez, converteram suas respectivas penalidades com maestria.

A classificação na Copa do Brasil representa um sopro de vitalidade para o Athletico, um catalisador na busca por um panorama mais favorável. A situação atual na Série B, onde a equipe acumula cinco rodadas sem vitórias e se encontra distante da zona de acesso, não é das mais confortáveis. Agora, o grande desafio é transmutar a euforia e a confiança advindas deste triunfo memorável em uma trajetória de ascensão consistente, redefinindo o curso da temporada.