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Athletico-PR na Série A: A Estratégia de Odair e os Reforços Decisivos
Por Redação FutCAP em 24/11/2025 04:16
O ano de 2024, inicialmente planejado para ser um marco de celebração do centenário do Athletico Paranaense, transformou-se em um cenário de amargura com o inesperado rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. Treze anos após sua última passagem pela segunda divisão nacional, a principal incumbência para a temporada de 2025 era inequívoca: o retorno à elite. Este objetivo foi concretizado no último domingo, com uma vitória crucial de 1 a 0 sobre o América-MG, em um embate disputado na Arena da Baixada, pela rodada final do torneio.
A Derrota Inicial e a Necessidade de Reorientação
A expectativa inicial era de uma campanha tranquila e linear rumo ao acesso. Contudo, o percurso se mostrou bem mais sinuoso. A diretoria rubro-negra, em um primeiro momento, depositou sua confiança no técnico Maurício Barbieri para liderar a equipe de volta à primeira divisão, complementando-o com a aquisição de atletas de renome no cenário nacional, alguns com experiência prévia na Série B, como Alan Kardec, Giuliano, Patrick e Léo.
Entretanto, a configuração do elenco rapidamente revelou-se inadequada, manifestada por uma persistente instabilidade nos resultados desde o início da temporada. Ficou evidente que, para salvaguardar o ano e restabelecer o rumo do clube, uma profunda reformulação seria imperativa.
A Aposta em Odair Hellmann: Uma Escolha Estratégica
A guinada decisiva começou com a substituição no comando técnico. Maurício Barbieri foi desligado do cargo em 4 de maio, após a contundente derrota por 4 a 1 para o Botafogo-SP, em plena Arena da Baixada, pela sexta rodada da Série B. A partir desse momento, a diretoria do Furacão iniciou uma meticulosa busca por seu sucessor.
Diversos profissionais foram avaliados e propostos, incluindo nomes como Pepa, Lisca, António Oliveira e Jorginho. Contudo, a escolha final, percebida por muitos como surpreendente, recaiu sobre Odair Hellmann, cujo anúncio ocorreu aproximadamente três semanas e meia após a saída de seu antecessor.
O treinador de 48 anos, que havia passado as duas temporadas anteriores no futebol da Arábia Saudita, foi visto pelo clube, com o endosso do presidente Mario Celso Petraglia, como um "técnico de ponta" e uma figura de destaque no panorama nacional. Sua experiência prévia em acessos na Série B, notadamente com o Internacional em 2017, adicionou um peso significativo à decisão.
A Metamorfose Tática sob a Liderança de Odair
O início da gestão de Odair não se caracterizou por um entusiasmo imediato. Ainda sem a chegada de novos reforços, o time continuou a enfrentar uma performance inconstante. Apesar dos desafios, o técnico manteve uma inabalável convicção na capacidade de reversão do quadro, uma postura reiteradamente demonstrada em suas coletivas de imprensa.
A verdadeira inflexão na campanha ocorreu pouco depois do início do segundo turno. O Athletico engatou uma sequência impressionante de oito jogos sem derrotas, incluindo sete vitórias consecutivas, abrangendo as rodadas 22 a 29. Odair Hellmann infundiu experiência em um elenco que parecia desacreditado, demonstrando flexibilidade para realizar testes tanto com jogadores quanto com esquemas táticos. Ele aprimorou substancialmente o sistema defensivo, que figurava entre os mais vulneráveis no primeiro turno, e orquestrou o melhor ataque da competição. Além disso, foi fundamental na redefinição do posicionamento de Zapelli e na recuperação de atletas que estavam em baixa, como Felipinho e Leozinho.
Reforços Estrangeiros: O Investimento que Rendou o Acesso
Paralelamente à mudança no comando, a diretoria reconheceu as falhas no planejamento inicial e optou por um investimento substancial em reforços durante a segunda e última janela de transferências, entre julho e setembro. Ao todo, foram seis novas aquisições, com um detalhe notável: todos eram atletas estrangeiros.
Entre os novos talentos, o atacante colombiano Kevin Viveros se destacou como a contratação mais expressiva. Vindo do Atlético Nacional (COL), sua aquisição por 5 milhões de dólares (equivalente a aproximadamente R$ 27 milhões) estabeleceu um novo recorde como a transferência mais cara na história do Athletico.
A lista de reforços incluiu ainda os zagueiros Felipe Aguirre e Carlos Terán, o lateral-direito Gastón Benavídez, o volante Élan Ricardo e o atacante Steven Mendoza. A maioria desses atletas teve uma influência notável na evolução da equipe, com Terán e Benavídez sendo diretamente responsáveis por mitigar a vulnerabilidade defensiva do time.
| Posição | Jogador | Origem | Destaque |
|---|---|---|---|
| Atacante | Kevin Viveros | Colômbia | Transferência mais cara do clube |
| Zagueiro | Felipe Aguirre | Estrangeiro | |
| Zagueiro | Carlos Terán | Estrangeiro | Impacto defensivo |
| Lateral-direito | Gastón Benavídez | Estrangeiro | Impacto defensivo |
| Volante | Élan Ricardo | Estrangeiro | |
| Atacante | Steven Mendoza | Estrangeiro |
Santos: A Liderança e a Segurança sob as Traves
Em um contexto ligeiramente distinto, mas de igual relevância, o goleiro Santos, contratado no início do ano, emergiu como um pilar fundamental. Assumindo a titularidade ao longo da campanha, ele reiterou o motivo de ser considerado o maior ídolo de sua geração no clube. Suas defesas foram frequentemente decisivas, e sua liderança no campo foi uma demonstração constante de força. Santos conclui esta jornada como um dos grandes heróis do acesso.
O retorno do Athletico Paranaense à Série A não foi um mero acaso, mas o resultado de uma reavaliação estratégica profunda. A coragem de alterar o curso inicial, a aposta em um comandante experiente e a injeção de talentos de alto nível foram os elementos cruciais que permitiram ao Furacão transformar um ano que começou com adversidades em uma celebração triunfal de seu centenário, agora marcado pelo merecido retorno à elite do futebol nacional.
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