Dudu Kogitzki: Estreia em 2025 no Athletico-PR Após Lesão | Promessa da Base

A cena se repetiu no último domingo, quando a equipe do Athletico-PR, em sua jornada pela Série B, sofreu um revés de 1 a 0 diante do Atlético-GO. Contudo, para além do placar adverso, um acontecimento em particular capturou a atenção daqueles que acompanham de perto as movimentações do Furacão: a estreia de Dudu Kogitzki na atual temporada. Tratado há anos como uma das mais valiosas promessas forjadas nas categorias de base rubro-negra, o jovem meia de 19 anos finalmente pôde vestir a camisa em uma partida oficial de 2025, após um período extenso e desafiador de recuperação.

A expectativa em torno de Dudu não é recente. Desde sua chegada ao clube em 2019, aos 13 anos, e sua estreia no elenco profissional em dezembro de 2023, o atleta tem sido apontado como um dos pilares do futuro do Athletico. Seu contrato, válido até abril de 2026, reflete a aposta institucional em seu potencial. No entanto, o percurso até este retorno foi marcado por uma provação física significativa que o afastou dos gramados por um tempo considerável.

A Longa Jornada da Recuperação

O infortúnio que tirou Dudu de ação ocorreu ainda no final de 2024, durante a pré-temporada da equipe, quando o meia sofreu um deslocamento parcial da articulação do ombro esquerdo. A gravidade da lesão exigiu intervenção cirúrgica, realizada em janeiro, na cidade de São Paulo. Dali em diante, iniciou-se um meticuloso e prolongado processo de reabilitação. O retorno às atividades com contato físico só foi permitido no fim de abril, e a liberação para treinar plenamente com o restante do grupo veio apenas em maio. Em suma, foram mais de cinco meses de um trabalho árduo e solitário, longe da efervescência dos jogos e da rotina competitiva.

Este lapso temporal, por si só, já dimensiona o desafio enfrentado pelo jovem atleta. A reintrodução de um jogador após tal período, especialmente em um contexto de Série B ? um campeonato notório por sua intensidade e exigência física ? demanda cautela e planejamento. A fragilidade física e a falta de ritmo de jogo são obstáculos que precisam ser superados gradualmente, e a decisão de lançá-lo em campo tão rapidamente após a liberação para treinos levanta questionamentos sobre a gestão de seu retorno.

Foto: (José Tramontin/athletico.com.br)

O Retorno ao Gramado

No embate contra o Atlético-GO, Dudu foi chamado a campo pelo técnico Odair Hellmann na volta do intervalo, substituindo Felipinho. Sua participação se estendeu por todo o segundo tempo, totalizando aproximadamente 54 minutos, incluindo os acréscimos. Embora o resultado final não tenha sido o desejado para a equipe, a oportunidade de Dudu retornar ao campo de jogo, logo na primeira vez em que foi relacionado após a lesão, representou um marco pessoal para o atleta. A emoção do momento foi compartilhada pelo próprio jogador em suas plataformas digitais, evidenciando a satisfação de superar os desafios da recuperação.

- Depois de 6 meses de recuperação, estou de volta? Feliz por voltar a fazer o que mais amo, ainda que o resultado não tenha sido o que queríamos. Trabalhar ainda mais e dar tudo de mim para honrar essa camisa e essa torcida que sempre esteve junto. Vamos juntos até o fim, meu Furacão! ???? - escreveu.

A Perspectiva do Comandante

A utilização de jogadores oriundos da base rubro-negra na Série B foi um dos tópicos abordados por Odair Hellmann na coletiva de imprensa pós-jogo. O treinador, ao comentar sobre a importância desses atletas para o clube, destacou a necessidade de um equilíbrio entre a aposta na juventude e a prudência na sua inserção no time principal, especialmente após longos períodos de inatividade. Suas palavras ressaltam a dualidade entre a urgência por soluções e a responsabilidade no desenvolvimento de talentos.

- Os meninos sempre são a solução técnica e financeira do clube, mas temos que ter cuidado. Não significa que não vou oportunizar se estiver bem. É uma mescla, os meninos precisam dos experientes. Hoje (contra o o Atlético-GO) o Dudu entrou, estava há cinco meses parado. Treinou uma semana, não trouxe para o banco e já entrou. A gente vai e precisa encontrar soluções.

A declaração de Hellmann sublinha um dilema comum no futebol brasileiro: a pressão por resultados imediatos e a necessidade de nutrir talentos a longo prazo. A entrada de Dudu , com apenas uma semana de treinamento coletivo após cinco meses de inatividade, ilustra a busca incessante por alternativas em um elenco que enfrenta desafios e a ausência de peças-chave. A aposta na base, embora fundamental, exige uma estratégia que transcenda a mera "oportunidade" e abrace um plano de desenvolvimento robusto.

Uma Trajetória de Destaque nas Categorias de Base

O currículo de Dudu Kogitzki nas categorias de base é, sem dúvida, um dos mais promissores de sua geração. Formado no centro de treinamento do Caju, o meia acumula um histórico invejável de convocações para as seleções de base do Brasil. Em 2023, ele foi peça fundamental e camisa 10 da equipe que conquistou o Sul-Americano Sub-17, além de ter participado ativamente da disputa do Mundial Sub-17. No ano subsequente, antes de sua lesão, Dudu foi convocado para a Seleção Sub-20 e fez parte da preparação para o Sul-Americano da categoria, torneio no qual o Brasil se sagrou campeão no início do presente ano. Tais credenciais solidificam sua reputação como um talento de projeção internacional, elevando as expectativas sobre seu desempenho no cenário profissional.

A volta de Dudu Kogitzki ao Athletico-PR não é apenas o retorno de mais um jogador. É o regresso de uma esperança, de um símbolo da capacidade de formação do clube. O desafio agora é gerir essa joia com a parcimônia necessária, garantindo que seu desenvolvimento seja pleno e que o sacrifício de sua recuperação se traduza em um futuro brilhante e duradouro nos gramados.