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Gramado Sintético na Série A: Clubes Contestam Medida do Flamengo e CBF
Por Redação FutCAP em 11/12/2025 09:23
O cenário do futebol brasileiro se vê novamente em meio a um acalorado debate, desta vez centrado na utilização dos gramados sintéticos. Em um movimento coeso, clubes como Athletico Paranaense, Atlético-MG, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras, as únicas equipes da Série A a utilizarem este tipo de superfície, emitiram uma nota conjunta em defesa irrestrita da tecnologia. Este posicionamento surge como uma resposta direta a uma iniciativa do Flamengo junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), visando a erradicação dos campos artificiais.
A coalizão de clubes argumenta que, em diversas circunstâncias, os gramados sintéticos de alta performance superam os campos naturais que se encontram em condições precárias, uma realidade lamentavelmente comum em muitos estádios do país. A manifestação foi veiculada nas plataformas digitais das equipes, poucos dias após a formalização da proposta rubro-negra junto à entidade máxima do futebol nacional.
A Proposta do Flamengo e o Prazo de Transição
A iniciativa do Flamengo, protocolada na CBF, sugere um cronograma específico para a transição. Conforme o pedido do clube carioca, a substituição dos gramados artificiais deveria ocorrer até o término de 2027 para os clubes da Série A e até o final de 2028 para os da Série B. A justificativa apresentada é a necessidade de um período de adaptação adequado, sem prejuízos à qualidade técnica e esportiva das competições. Tal proposta, se implementada, representaria uma mudança estrutural significativa para os clubes que investiram na modernização de seus estádios com pisos sintéticos.
A Defesa Unificada dos Gramados Artificiais
Em sua nota oficial, os clubes defensores do gramado sintético elaboraram uma argumentação multifacetada, buscando desmistificar preconceitos e fundamentar a permanência da tecnologia. O texto enfatiza a responsabilidade na adoção e regulamentação desses campos, alinhando-se às melhores práticas internacionais. A seguir, o posicionamento integral dos clubes:
Diante das recentes declarações públicas sobre a utilização de gramados sintéticos no futebol brasileiro, Athletico Paranaense , Atlético, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras reafirmam sua posição em defesa dessa tecnologia, adotada de forma responsável, regulamentada e alinhada às melhores práticas internacionais.
Em primeiro lugar, é imprescindível reconhecer que não existe padronização de gramados no Brasil. Ignorar esse fato e direcionar críticas exclusivamente aos gramados sintéticos reduz um debate complexo a uma narrativa simplificada, injusta e tecnicamente equivocada.
Também reiteramos que um gramado sintético de alta performance supera, em diversos aspectos, os campos naturais em más condições presentes em parte significativa dos estádios do país.
É igualmente importante esclarecer que não há qualquer estudo científico conclusivo que comprove aumento de lesões provocado pelos gramados sintéticos modernos.
O tema da qualidade dos gramados é legítimo, saudável e necessário. Porém, deve ser conduzido com responsabilidade, dados objetivos e conhecimento técnico, e não com narrativas que distorcem a realidade, desinformam o público e desconsideram a complexidade do assunto.
Athletico Paranaense - Atlético - Botafogo - Chapecoense - Palmeiras
O Apelo por um Debate Técnico e Responsável
A essência da argumentação dos clubes reside na reivindicação de um debate pautado em dados objetivos e conhecimento técnico, em contraposição a discursos que, segundo eles, distorcem a realidade e desinformam a audiência. Eles ressaltam a ausência de uma padronização eficaz para os gramados naturais no Brasil, sugerindo que focar as críticas apenas nos sintéticos é uma simplificação inadequada de uma questão mais ampla e complexa. Além disso, a nota desafia a percepção comum de que os gramados artificiais aumentam o risco de lesões, afirmando a inexistência de estudos científicos conclusivos que corroborem tal alegação para as versões modernas da tecnologia. Este embate promete ser um dos pontos cruciais na agenda da CBF nos próximos anos, com implicações significativas para a infraestrutura e a dinâmica do futebol nacional.
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