Na história inicial do Club Athletico Paranaense, o papel do técnico só foi se consolidar depois das décadas de 1920–30, quando o comando era frequentemente compartilhado entre capitães em campo, dirigentes e comissões improvisadas. A memória athleticana tende a apontar como os primeiros técnicos realmente marcantes nomes surgidos a partir do fim dos anos 1940. Abaixo há um resumo e o detalhamento dos primeiros profissionais que ajudaram a moldar a identidade do Furacão.
| Técnico | Período de destaque | Principais feitos (fase inicial) |
|---|---|---|
| Motorzinho (Ruy Castro dos Santos) | Fim dos anos 1940 | Montou o time campeão paranaense de 1949, o primeiro “Furacão”, que originou o apelido do clube. |
| Caju, Jackson e Pedro Stenghel (comissão de 1958) | Campeonato Paranaense de 1958 | Ex-ídolos em campo que assumiram funções técnicas e dirigiram o time campeão estadual de 1958. |
| Geraldino (Geraldo Damasceno) | Décadas de 1960–1980 (raízes em 1958) | Campeão paranaense como jogador (1958) e técnico do título de 1982; consolidou-se como técnico de carreira longa. |
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Motorzinho – o arquiteto do “Furacão” de 1949
Ruy Castro dos Santos, conhecido como Motorzinho, era gaúcho e teve destaque como meia no Internacional “Rolo Compressor” antes de migrar para o comando técnico. Foi convidado a assumir o Atlético Paranaense em 1948 e montou a base do esquadrão que conquistaria o Campeonato Paranaense de 1949 — uma equipe amplamente lembrada na memória athleticana.
Campanha de 1949- 12 jogos: 11 vitórias e 1 derrota.
- 49 gols marcados — média superior a quatro por partida.
- Formação-base: Laio; Délcio e Waldomiro; Waldir, Wilson e Sanguinetti; Vianna, Rui, Neno, Jackson e Cireno (com Motorzinho como técnico).
Impacto- Equipe apelidada pela imprensa local de “tufão”, que evoluiu para o moderno apelido Furacão.
- Motorzinho é um dos primeiros treinadores claramente identificados com um time histórico do clube.
Fontes: Wikipedia, PlayTAC, Paraná Histórica.
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A comissão técnica de 1958 – Caju, Jackson e Pedro Stenghel Guimarães
O título estadual de 1958 simboliza uma nova etapa: a direção do clube apostou numa solução “da casa”, com ex-ídolos assumindo funções técnicas e dirigindo o time campeão — modelo que ajudou a profissionalizar, aos poucos, a ideia de comissão técnica no Athletico.
Caju (Alfredo Gottardi)- Ídolo máximo no gol, defendeu o clube entre 1933–1949 e foi campeão em várias edições (1934, 1936, 1940, 1943, 1945 e 1949).
- Primeiro jogador do clube a vestir a camisa da Seleção Brasileira (1942).
- Retornou como membro da comissão técnica campeã de 1958, unindo experiência e identidade rubro-negra.
Jackson- Meia armador e um dos maiores ídolos do clube, protagonista também no time de 1949.
- Como veterano, integrou a comissão técnica de 1958 e ajudou a montar a equipe campeã.
Pedro Stenghel GuimarãesDirigente e homem de futebol que completou a tríade responsável pelo título de 1958.
Por que a comissão de 1958 é relevante:
- Profissionalizou a ideia de comissão técnica, mesmo formada por ex-jogadores;
- Manteve o continuum entre as gerações campeãs dos anos 40 e a equipe de 1958;
- Instalou um modelo — ex-craques em cargos de comando — que se repetiria na história do clube.
Fontes: Site do Athletico, Wikipedia.
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Geraldino (Geraldo Damasceno) – da década de 50 ao título de 1982
Geraldo Damasceno, o Geraldino, tem raízes no clube como jogador e foi campeão em 1958. Após encerrar a carreira como atleta, construiu trajetória como treinador no futebol paranaense e, mais tarde, consolidou sua importância ao vencer o estadual pelo Athletico em 1982.
Trajetória- Chegou ao Athletico no final dos anos 1950 e foi campeão como jogador em 1958.
- Conquistou estaduais como técnico em outros clubes (Ferroviário e Água Verde) antes de assumir mais vezes o Athletico.
Conquistas pelo Athletico- Título estadual de 1982 — encerrou um jejum de 12 anos sem estadual para o clube.
- Figura que exemplifica a transição para técnicos de carreira mais longa e central no projeto esportivo.
Fontes: Wikipedia, Arquivo Furacão.
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Por que é difícil apontar “o primeiro técnico” dos anos 1920 e 1930?
Os primeiros títulos estaduais do Athletico (1925, 1929, 1930, 1934, 1936) estão bem documentados quanto a escalações e artilheiros, mas as fontes não são unânimes ao identificar um treinador oficial para essas conquistas. O foco das fontes da época costuma estar nos jogadores e nos dirigentes, não em um técnico nomeado.
Razões do “apagamento” do técnico- O capitão em campo e veteranos tinham grande peso nas decisões táticas;
- Dirigentes e conselheiros influenciavam diretamente na escalação;
- Havia comissões informais e funções acumuladas (treinador/jogador, diretor/técnico), comuns no futebol amador e semi-profissional da época.
Por isso, a memória torcedora e as fontes escritas costumam iniciar a contagem dos “primeiros técnicos marcantes” a partir de figuras mais claramente identificadas com projetos e títulos — como Motorzinho, a comissão campeã de 1958 (Caju, Jackson e Stenghel) e, depois, treinadores de carreira mais longa como Geraldino.
Fonte geral sobre a história inicial do clube: Athletico.com.br.
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